Coronavírus e os impactos causados na logística

Nos últimos meses, os olhos e a atenção da humanidade estão direcionadas as atualizações e notícias a respeito do surto de coronavírus, uma importante patologia que tem se espalhado pelo mundo. Na China, país onde os primeiros casos da doença foram registrados, mais de 1,3 mil pessoas foram vitimadas pela pandemia.

Além das mortes provocadas pelo vírus, as mais famosas bolsas financeiras do mundo foram afetadas indiretamente pelos impactos econômico e financeiros que o coronavírus têm ocasionado mundo afora, sobretudo, na movimentação e produção de materiais.

Grandes empresas, como o Alibaba group, tem sofrido significativas quedas nas receitas de seus principais negócios de comércio eletrônico no trimestre, conforme o surto da doença que se espalha pela China e atinge as cadeias de fornecimento e as entregas da organização.

No Brasil, o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores que mede o desempenho médio de uma carteira teórica com as ações mais representativas e negociadas em Bolsa, tem sofrido recorrentes quedas desde a última semana, inaugurada no dia 09/03.

Além disso, após a publicação da Lei nº 13.979, de 6 de Fevereiro de 2020, a logística nacional poderá ser drasticamente afetada e, consequentemente, a produção das empresas, bem como a comercialização de produtos, as cadeias de fornecimento nacional e as empresas puramente logísticas.

Diante disso, no artigo desta semana, falaremos sobre os possíveis e já perceptíveis impactos causados pelo coronavírus na logística brasileira e, da mesma forma, na movimentação de materiais mundo afora.

No artigo de hoje, falaremos sobre:

  • Como o coronavírus afeta a logística?
  • Quais os impactos na logística brasileira?

Como o coronavírus afeta a logística?

As organizações de navegação e empresas exportadoras já começaram a se preocupar com a provável falta de contêineres no mercado global, devido à crise logística provocada pelo coronavírus.

O problema, certamente, deverá impactar as exportações brasileiras, principalmente nos setores de alimentos e produtos químicos que necessitam das estruturas refrigeradas para conservar os produtos.

A falta de contêineres têm sido ocasionada pela paralisação das atividades no país onde os primeiros registros da doença ocorreram, a China, desde o início do mês de janeiro.

Com os portos operando abaixo da normalidade, devido ao fechamento das operações e os caminhões parados, as cargas foram se acumulando nos portos e, por consequência, os contêineres.

Dessa maneira, o fluxo global logístico tem sido afetado, assim como o layout produtivo das empresas, além das importações chinesas e exportações de outros países para a supracitada potência econômica.

Quais os impactos na logística brasileira?

O Brasil tem sentido o efeito dominó da desaceleração das atividades portuárias, logísticas e econômicas do mercado chinês. A cotação dos principais produtos exportados pelo Brasil despencou desde os surtos de coronavírus na China, o principal comprador das commodities nacionais.

Desde o mês de janeiro, mais especificamente, a partir da segunda quinzena, os efeitos globais do coronavírus começaram a ser sentidos. O preço da soja em grão caiu 5,13%, o do petróleo 15.5% e o minério de ferro teve recuo de 14,3%. Em 2019, essas três commodities responderam por 78% das vendas externas brasileiras, totalizando cerca de US$ 177,3 bilhões.

Além do esfriamento das atividades econômicas internacionais, dentro do nosso país, após a publicação da Lei nº 13.979, de 6 de Fevereiro de 2020, as atividades logísticas, provavelmente, serão drasticamente afetadas.

A referida lei apresenta, em seu caput, o seguinte significado para quarentena:

“restrição de atividades ou separação de pessoas suspeitas de contaminação das pessoas que não estejam doentes, ou de bagagens, contêineres, animais, meios de transporte ou mercadorias suspeitos de contaminação, de maneira a evitar a possível contaminação ou a propagação do coronavírus”.

Além disso, em seu artigo 3º, disposições VI, VII e VIII, tem-se:

VI – restrição excepcional e temporária de entrada e saída do País, conforme recomendação técnica e fundamentada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por rodovias, portos ou aeroportos;

VII – requisição de bens e serviços de pessoas naturais e jurídicas, hipótese em que será garantido o pagamento posterior de indenização justa; e

VIII – autorização excepcional e temporária para a importação de produtos sujeitos à vigilância sanitária sem registro na Anvisa, desde que:

  1. a) registrados por autoridade sanitária estrangeira; e
  2. b) previstos em ato do Ministério da Saúde.

De acordo com o disposto na Lei, é muito provável que a logística nacional diminua as atividades nas próximas semanas. Além do mais, as empresas do país tem se mobilizado quanto a retração das atividades produtivas, dada a desaceleração econômica e a insuficiência no escoamento produtivo.

Conclusão

O coronavírus têm impactado o mundo, afetado as relações internacionais, internas e os ciclos produtivos das empresas, como destacamos no artigo. É provável que nos próximos meses, a doença seja controlada, mas, até lá, ondas negativas ainda poderão aparecer.

Agora que você aprendeu mais sobre os impactos do coronavírus na logística, aprenda mais sobre 4 desafios enfrentados pelas empresas do transporte de cargas em nosso país.

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